quarta-feira, 19 de junho de 2013

Acorda


Quando as manifestações tomaram o país na última segunda-feira, dia 17 de junho, me perguntei como o jornal Boca de Rua iria cobrir os protestos aqui em Porto Alegre. Ao buscar respostas para essa pergunta acabei notando que os manifestos dos moradores de rua que integram o Boca começaram lá em 2001, quando saiu a primeira edição do jornal, com o título "Vozes de uma Gente Invisível".

Os jovens, adultos, senhores que estão saindo na rua hoje em busca de um novo país estavam invisíveis até o momento. Estavam hibernando ou tentando acreditar numa reviravolta política. Deixarem de se esconder e perceberam que podem mudar o país. E eu também, sem dúvida!

O Boca vem tentando mudar pensamentos a passos lentos e graduais, mas com toda a certeza tem um peso muito grande nessa transformação intelectual e social que o país vem buscando. Dentro do Boca eu aprendi que vale a pena falar, dar a cara pra bater, assumir os ideais e não desistir de uma vida mais digna.

É isso que todos anseiam. Não se quer a invisibilidade nunca. As pessoas precisam ser vistas, sejam maioria ou minoria. Precisam atuar como cidadãos, mas antes precisam ser encaradas como tais. E se os governantes e demais autoridades deste país não se deram conta disso até então, é preciso ir às ruas  reivindicar. Cada vez mais.

Foi dentro de uma reunião do Boca que ouvi a frase mais impactante, que para mim, resume bem toda e qualquer manifestação que está surgindo no Brasil: "enquanto você dormia, muita coisa acontecia".    


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